Da mesma forma que é via de encontro ao “problema”
O corpo também é caminho infinito para a “solução”.
“O trauma, por definição, é insuportável e intolerável. A maioria das vítimas de estupro, soldados de combate e crianças que foram molestadas ficam tão aborrecidas quando pensam sobre o que vivenciaram que tentam afastá-lo de suas mentes, tentando agir como se nada tivesse acontecido, e seguir em frente. É preciso uma tremenda energia para continuar funcionando enquanto carregam a memória do terror e a vergonha da fraqueza e vulnerabilidade absolutas. Ainda que nós queiramos nos mover para além do trauma, a parte do nosso cérebro que é dedicada a garantir nossa sobrevivência (bem abaixo de nosso cérebro racional) não é muito boa em negação. Muito tempo depois que uma experiência traumática termina, ela pode ser reativada ao menor sinal de perigo e mobilizar circuitos cerebrais perturbados e secretar grandes quantidades de hormônios do estresse. Isso precipita emoções desagradáveis, sensações físicas intensas e ações impulsivas e agressivas. Essas reações pós-traumáticas parecem incompreensíveis e esmagadoras. Sentindo-se fora de controle, os sobreviventes do trauma geralmente começam a ter medo de que eles sejam danificados até o âmago e que não podem acessar a redenção”. ✨📚🖤
Trecho do livro “O corpo guarda as marcas”, de Bessel Van der Kolk.
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