“O bom médico sabe que as crenças do paciente são importantes na sua homeostase física e psíquica. Por isso respeita e incentiva esse aspecto no seu paciente. Sem sentir nenhuma necessidade de impor o que pensa. Respeitando sua individualidade, instrui, orienta. Porém sabe que o médico não é o senhor do paciente e que está lá para ajudar, conduzir, amparar. Assim como deve pensar o verdadeiro espiritual. ”Esse é um trecho do livro “Cartas ao Dr. Bezerra de Menezes”, um livro que eu gosto muito.
O encontro com o paciente é um momento único, onde vemos algumas singularidades: o profissional e a pessoa. Durante uma consulta, que é como estamos acostumados a chamar, ouvimos queixas, problemas, fragilidades e angústias da vida, ligadas ao corpo, a mente, ao social e por último e não menos importante, o espiritual.
O que é Espiritualidade?
Segundo Luana Andreola, idealizadora do método terapêutico Deep Healing, mestre de Reiki Usui, facilitadora em Constelação Familiar e Terapeuta de Barras de Acces, o conceito mais próximo do que é a espiritualidade é o seguinte:
De uma forma mais científica, podemos definir a espiritualidade como uma dimensão da humanidade, que pode ser expressa através de crenças, valores ou práticas. Portanto, pode representar a busca de uma pessoa pela conexão ou transcendência, com amigos, família, trabalho, animais, natureza ou qualquer outra coisa que ela considere sagrada.
Podemos ver, que a espiritualidade é bem ampla a abstrata. Portanto, quando pensamos nosso cotidiano, ela se aproxima muito da religião, nesse sentido, cada pessoa pode expressar sua espiritualidade de maneira particular.
O que Espiritualidade tem a ver com Saúde?
Como elemento estruturante da experiência humana, a espiritualidade está ligada ‘a manutenção e fortalecimento da saúde física, mental e social. Havendo estudos, cada vez mais qualificados nas últimas três a quatro décadas, apontando benefícios diretos como redução de estresse, ansiedade e depressão, uso de substâncias e tentativa de suicídio. Além de melhorar a qualidade de vida e prognóstico psiquiátrico, bem como aumento da expectativa de vida global em até 7 anos adicionais e diminuição do estresse oxidativo. Contribuindo para enfrentamento ‘as neoplastias e doenças degenerativas, como Alzheimer. Além disso, também produz o aumento da resiliência. Ou seja, estratégias subjetivas para lidar com os desafios da vida. Do convívio social e de uma posição positiva do mundo, compartilhada por uma comunidade que pode ser rede de apoio.
Quando conversamos com nossos pacientes, a espiritualidade deve entrar como assunto natural, e como uma forma de investigar a história social do indivíduo e da família, que interferem e muito na saúde.
Estudos comprovam a relação entre Espiritualidade e Saúde
Nas últimas duas décadas, mais e mais estudos sobre espiritualidade e relação com a saúde ganham destaque e qualidade científica. O que estimula diretamente mais discussões a nível de graduação e pós graduação. Hoje, já existem mais de quarente ligas acadêmicas pesquisando em instituições públicas e privadas no país. E diversos cursos de medicina que contam com disciplinas que abordam a espiritualidade e alguns programas de pós graduação.
Para os médicos, abordar esse pilar da saúde pode fortalecer o vínculo entre paciente e doutor. Desde que ele entenda que essa é uma parte importante da sua vida. E interfere em todos os outros pilares. Nesse sentido, é tão bom transmitir confiança e sensação de atenção as necessidades. Além de valorizar as prioridades que melhoram essa relação. Sim! Pessoas também tem necessidades espirituais, e isso estimula o olhar individual, para o autoconhecimento e elaborando as próprias questões.
A Espiritualidade E Saúde em Casos de Vida ou Morte
Ao longo da vida, as ameaças à integridade individual ou mesmo fatores que tiram o equilíbrio da pessoa mudam de tom. Sejam mudanças no ciclos de vida, separações, chegada de filhos, perdas de emprego, mudanças de cidade, doenças agudas ou crônicas. Todos podem afetar o indivíduo e exigir respostas mais ou menos adaptadas á nova realidade. No caso de doenças graves e ameaçadoras à vida, como o câncer, insuficiência cardíaca, doença pulmonar crônica, hepatopatias, lesões neurológicas extensas, dentre outros. A perspectiva de recuperação da vida como era antes se perde. Nessa trajetória com a doença, os encontros com novos médicos e tratamentos, as recuperações, os internamentos e as intercorrências. E o medo da morte simbolizam “pedras no caminho”,
Quando os recursos da medicina se esgotam (o que é esperado), é natural que as pessoas busquem refúgio e consolo junto á espiritualidade. Pensando nisso, todos são desafiados a acolher e preparar-se para um dos momentos mais difíceis da vida, que é a despedida. Nesses casos, a espiritualidade é uma grande aliada para a compreensão da finitude, aceitação da realidade e exercício da autonomia no viver. Com qualidade, no tempo que for possível.
Como desenvolver a Espiritualidade?
Profissionais da Saúde, podem encontrar maior facilidade para falar sobre espiritualidade nas suas consultas. Compreendendo que ela pode trazer vários benefícios no presente e no futuro. Além de estimular que as pessoas desenvolvam em suas vidas pessoas o autoconhecimento, refletindo sobre suas necessidades espirituais, resiliência e qualidade de vida.
Aqui vai uma dica da astróloga e estudiosa da energia, Manoela Telles Cury para desenvolver a Espiritualidade:
Até o próximo artigo,
Dra. Selma Cosso
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